Um cachorro me seguiu com aquele cheiro de musgo
que tem os cães de luxo sob a chuva.
Arrastava, desolado, a coleira.
Horizonte transformado, concreto sufocante.
Imerso na piscina de ilusões.
Sonho em liberdade,apenas sonho.
O silêncio da ausência humana – me dava conta-
é um silêncio que não escorre; se acumula.
Ali, seria minha residência, meu lar.
Descobri, nem hospedagem era,
caminhei sem parada ao ponto final.
Nos sonhos, mundo fantástico.
Vida crua. Plena de seres.
Vazia de existência.
A frieza do vidro, abismo
A vida lá , abismo
A vida segue com sensualidade
Independe de mim, nós.
Simplesmente segue.